

O Type 3 deu origem a diversos modelos na linha VW, com opções de carrocerias limousine e coupé (Type 34). No Brasil as derivações do modelo deram origem a Variant, TL e “Zé do Caixão”
Type 3

A linha de veículos foi apresentada oficialmente em 1961, com duas principais versões: o limosine, sendan com 2 portas e o Karmann Ghia Type 34, com carroceria coupé.
A Volkswagen visava aumentar sua linha de automóveis ao introduzir o Type 3, quando ainda fabricava apenas o Fusca (Type 1), a Kombi (Type 2) e mais recente o Karmann Ghia (Type 14). Sendo assim, a marca desenvolveria com base nesse novo modelo carros mais sofisticados, mas ainda com as configurações do Fusca, que agradavam a todos, por ser de manutenção fácil e barata.
O sedan Type 3 foi apresentado no Brasil em 1968, com estilo único, equipado com motor de Fusca e chassis de Karmann-Ghia.
O modelo Type 3 apesar de não ter sido importado para no Brasil, deu origem ao Vw “Zé do Caixão” (ou Fusca de 4 portas) e também para a Variant e a TL.
O primeiro modelo de 4 portas, fez pouco sucesso por conta de suas linhas e desenho pouco comum. Seu formato quadrado lhe rendeu o apelido “Zé do Caixão”
Já a versão coupé, o Volkswagen TL, fez mais sucesso e era equipado com motor 1600 horizontal, o mesmo usado na Variant.
Das derivações do Type 3 aqui no Brasil, nenhum teve tanto sucesso como a Variant. Uma versão com linhas que eram chamadas de station wagon. Seu sucesso motivou a fábrica a investir numa sucessora, a Variant II. Com tecnologia moderna, era semelhante ao Typ 4 em muitos aspectos e foi produzida de 1977 a 1980.
Derivações do Type 3
“Zé do Caixão”
Outro veículo das derivações do Type 3 é o VW 1600 de quatro portas, popularmente conhecido como “Zé do Caixão”
Foi nomeado pela Volkswagen como VW 1600, por conta de seu motor utilizado. O modelo teve sucesso entre os taxistas da época, mas não agradou o público em geral.
O estudo para o projeto teve inicio no ano de 1966 . Chamado internamente de B-135, o código escondia dos concorrentes os planos da Volkswagen de criar um modelo quatro portas.

O projeto levaria o motor 1300 do Fusca, com maior espaço interno e maior conforto. Após muitos testes, o carro com linhas mais quadradas foi finalmente aprovado em 1968.
Chegou com já com motor 1600 refrigerado a ar, que gerava 50 cavalos de força. Em seu interior, o painel foi revestido com material que imitava madeira jacarandá. Os bancos, volante e mostradores eram os utilizados em outros modelos da marca alemã.
Foi anunciado como um carro inovador para a marca, com linhas totalmente diferentes dos demais da Volkswagen e o primeiro a ter faróis retangulares. Mas o desenho quadrado, que a Vw achava que seria um grande sucesso, acabou que não agradou o público.


Além disso outo fato que agravou essa situação, foi a falta de um nome próprio. Recebeu o nome VW 1600, o que não é exatamente um nome. Apesar de ser o primeiro sedan de 4 portas a ser comercializado pela marca no Brasil, acabou se tornando um carro sem identidade.
Para piorar ainda mais a situação da Volkswagen, o veículo ganhou um apelido que enterrou definitivamente as expectativas nele depositadas. Graças às linhas retas, e suas quatro maçanetas foi chamado de “Zé do Caixão”, época em que o ator estava no auge com seus filmes, e assim é conhecido até hoje.
No fim de 1970, um incêndio na fábrica destruiu especificamente a ala de pintura, exigisndo grande esforço da empresa para retomar a produção, e o volume esperado.
Devido o insucesso do Volkswagen de 4 portas e a tragédia na fábrica, ele foi descontinuado em 1971. Foram produzidas no total pouco mais de 24 mil unidades.

Variant
Também derivado do type 3, mas principalmente devido ao insucesso de vendas do “zé do Caixão”, a Volkswagen decidiu produzir a primeira perua da marca no Brasil, a Variant.
O veículo foi apresentado em 1969, com motor 1600, mais forte e potente da Volkswagen. Para poder encaixar o motor no novo modelo, a Volkswagen precisou redesenhá-lo. O único carburador foi reposicionado, assim como o alternador que foi colocado do lado esquerdo do motor.
O filtro de ar foi achatado e posicionado em cima do motor, o radiador construído em liga leve e fixado na mesma altura do virabrequim. Era o motor boxer 1600, refrigerado a ar, mas um motor construído mais horizontalmente.
O 1600 gerava 60 cavalos de potência e câmbio manual de 4 marchas. Sua velocidade máxima era 135 km/h e ia de 0 a 100km/h em 23 segundos.


A frente muito semelhante ao seu antecessor, com faróis quadrados, que a marca alemã considerava modernos para a época. Para-choques cromados de frente única com duas barras verticais. A partir do símbolo, se entendia pelo capô um vinco bem aparentes.
O modelo, no estilo “station weagon” apresentava maior espaço interno, principalmente para bagagens, pois contava com 640 litros de capacidade (somando o bagageiro traseiro, acima do motor e o porta mala frontal).
Mais longo e mais alto e com apenas duas portas, a Variant ostentava grandes vidros traseiros, se estendiam até a traseira e com quebra-ventos. Abaixo deles, estavam localizadas as grelhas para refrigeração do motor.
As lanternas eram as mesmas usadas no VW 1500 (“Zé do Caixão”). A visibilidade ficou ainda melhor com o grande vidro traseiro. Suas rodas eram de 15 polegadas de aço, com calotas cromadas e utilizava pneus radiais 165 R15.
Em seu interior era utilizada a mesma proposta que seu antecessor. Painel imitando madeira e acabamento mais refinado que o Fusca. Utilizava instrumentos individuais, velocímetro à frente do motorista, nível de combustível e manômetro do óleo. O volante “meia lua” completava painel mais luxuoso.
Variant II
No final de 1970, a Variant já não vendia tanto quanto antes e seus desenhos já estavam de certa forma defasados. Por tais motivos, a Volkswagen lançou em 1977 o segundo modelo da Variant.

Assim como outros modelos da marca, ela recebeu nomes populares, como: “Variantão” ou “sapatão”, por sua grande semelhança com a Volkswagen Brasília.
A Variant II foi considerada o modelo derivado do Fusca mais avançado em termos técnicos. Foi totalmente desenvolvida pela engenharia brasileira da VW. Herdou o motor 1600 horizontal de 57 cavalos e a suspensão traseira de sua antecessora, porém o revestimento do motor era duplo para diminuir o ruído interno.
A suspensão dianteira utilizava um moderno sistema que substituiu o tradicional corpo de eixo duplo com feixes de lâmina de torção e braços arrastados superpostos, que eram utilizados em toda a linha VW a ar.
A nova Variant passava a sensação de ser maior se comparada ao modelo que sucedeu, por conta de suas linhas mais quadradas e vidros maiores, e por seus 20 centímetros a mais.
O modelo herdou também diversas partes da VW Brasília. Elas compartilham os faróis e lanternas, para-choque traseiro, para-brisa, as portas.

Internamente, no painel, os mostradores eram quadrados e em maior quantidade que os outros modelos. Os bancos possuíam encosto alto e eram os mesmos do Passat.
A Variant II não fez o sucesso esperado pela Volkswagen, que em 1980, apenas 3 anos após ter entrado no mercado, foi terminada sua produção. Muitos dizem que foi um grande erro da marca ter lançado o segundo modelo.
TL
O último modelo das derivações do Type 3 é a Volkswagen TL, lançada em 1970. Com carroceria no estilo “fastback”, tinha linhas retas, semelhantes ao modelo europeu.
Sua traseira, com desenho inclinado, fazia com que a visibilidade fosse mais difícil que os outros modelos.
Herdou a mesma mecânica da Variant, o motor 1600 horizontal, de dupla carburação e turbina baixa. Ainda refrigerado a ar, gerava os mesmos 57 cavalos de potência.
O Volkswagen TL foi lançada já com os quatro faróis redondos, com frente alta e arredondada, semelhante à futura VW Brasília.
Em 1971 o modelo ganhou pequenas atualizações. Além disso, no mesmo ano a marca alemã lançou a TL 4 portas, afim de substituir o VW 1600 (Fusca de 4 portas ou “Zé do Caixão”), e para atender aos taxistas.
Por dentro seus bancos eram em vinil e acabamentos de melhor qualidade, além do conforto que não cabia no Fusca. Os clientes podiam optar por quatro cores, bege, marrom, preto ou vermelho, um luxo para a época.
Foi considerado o carro do ano em 1971. No ano seguinte ganhou uma atualização, a frente ficou mais baixa e o conjunto todo mais aerodinâmico. Recebeu também friso cromado na frente, junto ao símbolo da Volkswagen. As setas foram integradas ao para-choque, e os faróis, ainda os quatro redondos, ganharam novo estilo.

Em 1973 foram mais de 20 mil unidades vendidas, mas no ano seguinte as vendas começaram a cair. Motivo disso, foi o lançamento do Passat, modelo muito mais moderno e preço acessível.
Seu último ano de fabricação foi em 1975. Assim começava a marcar o fim da linha refrigerada a ar da Volkswagen

Esses são os três modelos da Volkswagen que foram derivações do Type 3 aqui no Brasil.
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